domingo, 17 de julho de 2011

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Encontra-me, perdida no bosque, rodeada de lobisomens a querer sugar-me o sangue, consumir-me a alma, raptar-me… leva-me daqui, não suporto o veneno alheio e a vontade que têm da fuga após objectivo alcançado, o corpo ténue de quem está desolado por uma alma longínqua e amada. Procura-me por onde sempre estive, naquele local bem reservado a quem muitos chamam de coração e ao qual eu menciono de ilustre pedra sem sentimentos. Sente a mistura de um som que vem do mais profundo e íntimo Ser que conquistaste e levaste um dia a bom porto, dizendo com palavras amargas e sentidas ‘volta, não me deixes aqui consumida por este mundo que não me diz nada, onde só tu pertences aqui no meu Ser, não demores’. Vem, consome o corpo que ainda é teu (e sempre será), consome a vontade que há nele, tão fugaz que sente o desejo por ti criado, só por ti consumido outrora. Ama-me, com o corpo e com o coração, não confio em mais ninguém para essa tarefa tão tua, tão nossa! Desabotoa a flor, sente o seu perfume, consome o seu pólen, deixa-a bela como sempre fazes, mas volta!

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